Texto e fotos Otávio Cavaline Junior
Vídeo compacto da Jornada
http://www.youtube.com/watch?v=Azzpc0za37E
Participantes da Jornada
Otávio Cavaline Jr: 46 anos, paulista de Osvaldo Cruz, radicado em Curitiba PR desde 1987 - Representante Comercial na área de Medicamentos.
Sandro Luiz Ravelli Cavaline: 44 anos, paulista de Osvaldo Cruz, radicado em Curitiba PR desde 1983 - Gerente de Logística na área de Asfaltos.
Convidado para a Jornada
Marcos Antonio da Silva: 41 anos, paranaense de Querência do Norte, radicado em Curitiba PR desde 1975 - Advogado.
Período da Viagem / Trajeto Percorrido: 03 à 17 de Janeiro 2013.
Dia 1 - 03/01 quinta- Curitiba / Eldorado (Argentina) - 670 km Saímos de Curitiba as 06:50hs com o dia muito nublado, uns 15 graus e torcendo para não chover. Da esquerda para a direita: Karan (prestigiando nossa saída), Marcos, Sandro e Otávio.
Sandro e Otávio curtindo um pastel no Anila (proximo a Irati - PR) de café da manhã que ninguém é de ferro e depois almoçamos em Pato Branco.
Otávio e Sandro na aduana Argentina (entramos por Barracão - PR) desembaraçando os papéis de entrada.
Marcos e Sandro. Na Argentina estava um forno e a 40km de Eldorado o pneu da XT do Sandro furou (por falha na montagem na oficina em Curitiba). Arrumado, chegamos em Eldorado no finalzinho da tarde.
Dia 2 - 04/01 sexta - Eldorado (Arg) / Pres. Roque Saenz Peña (Arg) - 695 km
Saimos as 08:40hs e já estava quente. A estrada é ótima até Posadas e continua muito boa também depois. A partir de Posadas tem retas de 15 a 25kms direto. Muito diferente do que temos no Brasil e o que encontramos foram só fazendas de gado no trajeto até o destino.
Chegamos em Presidencia Saenz Peña as 19:40hs e o hotel Atrium é muito bom.
Detalhe dos Vaqueiros colocando o gado no Curral em uma fazenda às margens da estrada.
Moleque é um trem danado mesmo! Zoando com a motoca de funcionário do Hotel que estava na garagem dando sopa.
Dia 3 - 05/01 sábado - Pres. Saenz Peña (Arg) / San Salvador de Jujuy (Arg) - 685 km
Saimos as 08hs e chegamos as 17hs. O dia foi de retas (intermináveis) no Chaco Argentino que lembra muito o Mato Grosso (terreno plano) misturado com Pampas Gauchos (vegetação) e um calor infernal. Estava uns 43 graus e com a roupa que usamos a sensação térmica devia ser de uns 60graus.
Medi algumas retas que chegavam a 45 Kms e todas planas. Muito diferente do que vemos no Brasil.
O vento lateral e as vezes frontal fizeram o consumo das motos aumentar demais também.
A Pousada que ficamos em Jujuy é muito boa. Depois de uns 40 minutos que chegamos caiu uma chuva de granizo que quase arrebenta com tudo. Sorte não termos pego isso na estrada.
Otávio e Sandro: Esta foi a primeira descida (se é que se pode chamar de descida) depois de mais de 1.000kms rodados em estradas totalmente planas. Olha o tamanho da reta. Não dá nem prá ver o final.
Uma pausa em Gonzales para um almoço ou o que se poderia esperar dele. Uma "ensalada com pollo" (salada com frango). Tinha coisa alí que não sei nem pronunciar. O negócio é tacar sal e mandar prá baixo de preferência com pão...rs
Chaco Argentino e seus perigos.
Próximo a Pampa del Infierno tem muito gado, cabritos, cavalos e burricos soltos ao longo de pelo menos 100km desta rodovia. Uma pancada em um deles e acabou-se a viagem e até mesmo a vida.
Pousada antes...
...e depois do granizo que caiu com tudo uns 40 minutos depois que chegamos a Jujuy.
Dia 4 - 06/01 domingo - Jujuy (Arg) / San Pedro de Atacama (Chile) - 480 km
Saimos as 08hs e chegamos as 19hs. Dá prá dizer que hoje realmente começou a viagem pois as paisagens mudavam a cada trecho e são totalmente diferentes do Brasil.
Sandro às margens de um rio seco entre Jujuy (Arg) e San Pedro (Chile). Quando chove ou mesmo o gelo das Cordilheiras derretem isso enche rapidamente.
Otávio na "Cuesta de Lipán" subindo rumo ao Paso Jama entre Purmamarca e Susques (Arg). É impressionante a paisagem, por foto não chega nem perto do que é ao vivo e estamos a 4.170 mts.
Com a galera de São Paulo que encontramos na Cuesta de Lipán.
Vale Colorado na Cuesta de Lipán com vista para Salinas Grandes ao fundo (Argentina).
Lhamas cruzando a pista com frequência (Argentina).
Até tentei pegar uma Vicunha na unha...
...mas eram muito tímidas e o jeito foi tirar foto de longe mesmo.
Uai! Prá que lado a gente vai mesmo??? Aqui estamos próximos a atravessar as Salinas Grandes.
Sandro e Otávio saindo da Argentina e entrando no Chile.
Sandro "Usain Bolt" Ravelli curtindo a chegada ao Chile.
É nóis no Chile e cada vez mais perto de San Pedro de Atacama. Vai Curintiá!!! rs
Já na Região do Atacama ao fundo montanhas que dependendo da incidência do sol mudam de tonalidade. O vento estava muito forte pois estávamos a 4.385mts de altitude e apesar do sol o frio era intenso mesmo com toda a roupa que usavamos. O "soroche" (mal estar da altitude) começa a bater.
Ao fundo o Vulcão Licancabur com 5.900mts acima do nível do mar e atrás dele está a Bolívia. Neste ponto da foto estamos em média a 4.500mts. Estima-se que o Chile tenha cerca de 2.000 Vulcões e mais de 50 deles ativos gerando atrativo turistico para o País.
Um caldinho de marisco na chegada a San Pedro de Atacama. Trem bão!!!
Dia 5 - 07/01 segunda - Turismo Deserto (Vale da Morte e Vale da Lua)
Otávio no Vale da Morte sobre a "Pedra do Coyote". Alto prá caramba! De acordo com estudos o Atacama foi formado a 150 milhões de anos e isso tudo já foi coberto pelo mar.
Otávio no Vale da Morte. Ao fundo bem atrás da minha cabeça se consegue ver alguns carros que levam a galera para praticar sandboard nas dunas. Demais! E lá no fundão o bom e velho Licancabur (adormecido...).
Otávio no Vale da Lua (Anfiteatro).
Vale da Lua. Detalhe da ação do vento na areia, pedras e vegetação rara. No Atacama praticamente não chove. É o lugar mais seco do Planeta e o índice pluviométrico é de 0,7mm ao ano. A água do degelo das montanhas é que alimenta esta região.
Dia 6 - 08/01 terça - Turismo Deserto (Complexo Salar de Tara)
Otávio, Marcos e Sandro tomando um café da manhã no Salar de Tara antes das caminhadas. A água doce que se consome nesta região está nos lençois freaticos por volta de 30 à 60mts abaixo do solo.
De repente no meio do deserto nos deparamos com uma "Plantação de Pedras" no Salar de Tara. Parece que foram colocadas alí organizadamente porém, são pedras de erupção vulcânica e tem muito mais abaixo destas mas a areia as cobre.
Já ouviu falar em "meio do nada" ? Posso dizer que eu estive lá...rs O Atacama é tão extenso que chega a ser maior que nosso estado do Acre.
Otávio: Catedral de Tara - Olha o azul deste céu. O contraste com a cor das pedras e areia é fenomenal.
Otávio: Monges de la Pacana
Otávio: Parque Nacional dos Flamingos
Claro, os Flamingos
Ôpa, tá chegando Brasileiro. Bóra senão vão fazer frango assado da gente...
Lagoa dos Flamingos e ao fundo Farellones de Tara.
Desde que chegamos procuramos nos encaixar nos passeios pela região para ganhar tempo e hoje enfim, fomos visitar San Pedro de Atacama. Las Calles (as ruas) com suas lojinhas, restaurantes, comércios etc. Tudo muito simples e bem organizado. É uma cidade com construções à base de madeira, pedras e adobe (tijolo batido com argila e palha), rústica, atraente e aconchegante. E como sempre o Vulcão Licancabur ao fundo.
Este é o "Shoping Center" de San Pedro. Fica bem em frente a Igreja e encontra-se todo tipo de coisas.
Encontra-se até mesmo chá de coca, folha de coca, bala de coca e o mais inusitado que ví foi coca em pó como o Tang no Brasil para se fazer refresco. Caramba, isso é Bolívia ou Chile??? Bem, estamos pertinho deles né?
Tudo em nome do bem estar contra os males da altitude...tá bom, eu creio nisso...rs
Em uma "tienda" em San Pedro conseguimos fazer uma foto do Sandro com uma garotinha da região.
A Igreja de San Pedro erguida pelos Jesuítas no ano de 1774 durante a colonização Espanhola. A cidade está situada a 2.400mts de altitude e por estar localizada numa região inóspita é chamada de "oasis" do Atacama.
San Pedro originalmente era um centro de parada para os colonizadores espanhóis e transformou-se em povoado a partir da construção de sua Igreja e hoje em dia conta com aproximadamente 3.000 habitantes.
Somente as ruas ao redor da Igreja e da Pracinha são de pedra. A maioria absoluta das ruas de San Pedro são de terra batida. A cidade é um Patrimônio Histórico e não se pode alterar sua originalidade. Isto tudo é muito interessante porém, é um poeirão danado pois o vento no Deserto é constante além do fato de ter muitos veículos circulando por alí principalmente no período de férias.
Caminhando sempre na sombra pois o calor em San Pedro é infernal e aliado a altitude e falta de umidade no ar você sente sua pele literalmente esticando. Em San Pedro e na região do Atacama é comum se encontrar além de mochileiros, muitos fotógrafos, astrônomos, cientistas, pesquisadores, aventureiros e claro, motociclistas...rs
Não podiamos deixar de registrar a nossa companheira para todas as fomes "Sra Empanada Chilena". Coi dí lôco di boa sô. Experimentamos em outros lugares mas a do Rei da Empanada na Rua Caracoles é imbatível. Junte-se a isso um litrão de suco de pêssego e tá feita a festa. Olha a cara das crianças...
Quarto de motociclista. Nesta foto está até organizado...rs
Na Pousada em San Pedro conhecemos Fabrizio, Cristina e Paulo (não está na foto) que são Italianos. Desembarcaram suas motos do navio no Sul do Chile e estavam subindooooo...
Em San Pedro encontramos a Equipe de frente do Dakar abastecendo suas SUV's. Eles chegam 2 ou 3 dias antes nos pontos onde o Rally vai passar para garantir que tudo esteja em ordem para a Caravana. Trocamos nosso adesivo dos Viajantes do Deserto pelo adesivo do Rally com eles.
Dia 7 - 09/01 quarta- Turismo Deserto (Geisers del Tatio e Povoado Machuca)
Marcos, Sandro e Otávio as 06hs da manhã nos Geisers del Tatio. Este é o terceiro maior conjunto de geisers do mundo (campo geotérmico) perdendo apenas para um da Rússia e para Yellowstone nos EUA. A temperatura estava em 1 grau e é isto que faz a grande diferença em amanhecer neste lugar pois o contraste entre a água quente com o frio externo é que gera todo este vapor. Destaque para o amarelo do enxofre atrás das pedras no chão.
Otávio curtindo a piscina natural aquecida pelos geisers. O duro foi sair dalí pois 1 grau fora tava brabo. Conseguí sair na 5@ tentativa..rs
Ao lado de um dos maiores geisers. A água vem com tudo para cima a 85 graus pois segundo informações ela é aquecida pelo magma que está a 32km da superfície neste local. Nos geisers estamos a 4.200mts de altitude e o nome El Tatio se deve ao fato deste conjunto de geisers estar localizado junto ao vulcão Tatio.
Sandro em seu "ritual" sagrado de todos os dias. Em busca do equilíbrio...rs
E o trem fervendo!!!
Sandro em momento ZEN...
Café da manhã que a gente merece (e pagou...rs). Teve panqueca, misto quente, geléia e muito doce de leite. Destaque para o "caminhônibus" da agência que nos levou (Grado 10). Olha que manero e todo mundo que estava com as outras agências ficavam olhando e curtindo pois nosso café da manhã foi preparado na hora com chapa quente e tudo ao lado da piscina nos Geisers.
Com o guia Cristian (Chileno de Santiago). Gente boa e sempre pronto a explicar tudo o que perguntávamos. Grande parte do pessoal que trabalha nas agências ou restaurantes em San Pedro são de Santiago. Eles vem na temporada para ganhar um grana e depois retornam. O habitantes locais (homens) preferem trabalhar nas mineradoras (maiores geradoras de emprego da região) em Calama que fica a 100km dalí.
Povoado Machuca próximo aos Geisers.
Com Carol (Paulista) e Pablo (Argentino radicado em SP) que estavam na nossa turma para os Geysers.
Pequena Capela no Povoado Machuca. O ar no Atacama é tão limpo e estamos tão altos que o azul chega a impressionar. Parece photoshop...
Tá pensando o que !? Tem adesivo dos Viajantes do Deserto até no Povoado Machuca sô.
Lhamas pastando próximo ao Povoado. Isso dá um churrasquinho...
O Coyote chamado na região de "El Zorro" próximo ao povoado.
Sandro e Otávio nos cactus próximo ao Povoado.
São altos mesmo...
Na parte da tarde após os geisers fomos até a região de Toconao próximo a San Pedro de Atacama dando uma "voltinha" e curtindo tudo que era possível. E bóra fazer poeira...
Sandro na entrada do tunel que liga as partes do Deserto em Toconao.
A dúvida que carregamos desde que planejamos a viagem. Retornar ao Brasil pelo Paso Jama ou Paso Sico? As paisagens do Sico são fantásticas e o desafio é o que nos move porém, sem abastecimento, borracharia, mecânicas ou mesmo comida. Pouquíssimos motociclistas voltaram pelo Sico e dizem que é muuuito difícil. Estamos coletando o máximo de informações para não corrermos risco.
Dia 8 - 10/01 quinta - San Pedro (Chile) / Calama / Iquique (Chile) - 490km
Saimos as 08:30 e chegamos as 20:30 pois ficamos umas 4 horas acompanhando a 6@ etapa do Rally Dakar em Calama.
Passamos ao lado da Mina Chuquicamata em Calama. Maior mina em tamanho e maior produtora de cobre do Chile que representa 1/4 da produção mundial deste minério. Estava na pauta porém, não conseguimos visitar devido ao tempo escasso mas vale destacar pela importância. Apesar de 90 anos de intensa exploração, permance como um dos maiores reservatórios do planeta. Também é a maior mina do planeta com 4,3 km de comprimento, 3 km de extensão e 850 metros de profundidade, além de ser uma referência mundial na produção de Molibdênio. A Chuqui têm sido um fator importante da exportação Chilena e ainda hoje continua representando 1/3 do comércio nacional já tendo sido responsável por 8% do PIB deste País. Otávio com a Família Chilena da Sra Franca que estavam no Rally. Curtiram nos conhecer e tiraram fotos sobre minha moto também. Gente muuuuito simpática os Chilenos adoram os Brasileiros por nossa simpatia e facilidade em fazer amizades segundo eles.
Marcos, Sandro e Otávio aguardando a chegada das motos no Rally Dakar que desceriam pelo Cerro logo atrás de nós. No chão a bandeira Chilena e Sueca do pessoal que conhecemos alí.
E as motos começaram a chegar. Olha só o adesivo que o piloto usa (logo acima do número 26).
Igualzinho ao nosso que conseguimos com a turma da organização...demais!!!
Destaque para a posição do piloto trabalhando o centro de gravidade sobre a moto nas curvas.
E eles pilotam quase o tempo todo em pé. Caraca, que disposição. Esta etapa que acompanhamos teve 767km saindo de Arica no litoral norte do Chile para chegar a Calama onde estávamos.
Andam muuuuito!!! O vencedor desta etapa foi Francisco “Chaleco” Lopez um Chileno que brigava pela liderança do Rally. Imagina a festa que o pessoal fez. No final o Chileno teve problemas com o motor e fechou o Rally em terceiro lugar sendo um orgulho para os compatriotas.
A bandeira do Chile é frequente por aquí seja em competições ou mesmo em prédios e casas.
Driblamos os "Carabineros de Chile" e conseguimos chegar muito perto dos competidores.
É nóis no Dakar manooooooo!!!
Cruzando com a Caravana do Dakar a caminho de Tocopilla. Detalhe para o adesivo do Raly que conseguimos com o pessoal da organização. Passamos por muuuuitos caminhões e carros de apoio neste trecho. Agora já podemos dizer: Rally Dakar, eu fui, eu viví esta emoção!!!
Interessante ressaltar que neste trecho entre Calama até Tocopilla a estrada é ladeada por uma extensa linha de torres de alta tensão que liga as duas cidades. Depois fomos saber que Tocopilla é a Capital da Energia do Chile com uma termo-elétrica gigantesca e abastece Calama e suas mineradoras entre outras cidades da região.
Dia 9 - 11/01 sexta - Turismo em Iquique (Chile)
Enfim o Pacífico. A água é verde turquesa e fria. É uma sensação muito interessante conhecer o outro lado do nosso grande continente sul americano. Afinal, saímos do Atlântico, atravessamos Argentina e Chile e chegamos ao até então desconhecido (para nós) Oceano Pacífico.
Vista de Iquique da plataforma de saltos de Parapente na cidade de Alto Hospício vizinha de Iquique. Subimos e descemos por esta estrada e o visual é muito legal. Vista de Iquique e sua peninsula. É uma cidade com um porto movimentadissimo e tem uma zona franca chamada de ZOFREE. Os Chilenos, Bolivianos e Peruanos vão à Iquique para fazer compras como nós Brasileiros vamos ao Paraguai. A caminho do Chile encontramos muitos Paraguaios que vão à Iquique comprar carros usados que vem de vários lugares do mundo para vender em seu País.
E os lobos marinhos só aguardando as carcaças de peixe que os pescadores estavam limpando no atracadouro de barcos.
Com os pelicanos no atracadouro.
Essa foto ficou muito legal. Olha o carinho que os Pescadores tem por este "perro".
Esse na moto é o nosso Amigo Antonio. Me joguei na frente dele próximo ao Shoping para perguntar: "por favor señor, donde és la Yamaha de Iquique?" Nestas horas eu já tava falando Espanhol em 3 idiomas e 5 dialetos...rs E olha onde ele nos levou nas fotos abaixo...rs O pior é que era verdade. Não era Oficial Yamaha mas era autorizada...rs
Situação inusitada.
No Chile com um mecânico Boliviano que procurava por onde iria colocar o óleo na moto. E a minha foi a cobáia. Meu Deus, será que isso vai dar certo? rs O de azul é o "Nacho" filho do Dono da Oficina que é a revelação do motocross na região. Tinham vários jornais na parede destacando as vitórias deste garoto super gente boa.
Fui até olhar outras coisas prá distrair. De costas sofro menos...rs
Sandro "impressionado" com a tecnologia empregada na troca de óleo. Destaque para as bacias coletoras. Isso tudo foi aprendido nos cursos que fizeram na Yamaha no Japão...rs
Com a Corveta Esmeralda importante embarcação da Marinha de Guerra Chilena. Detalhe para os canhões do lado esquerdo.
Plaza Arturo Prat no centro de Iquique. Importante líder Chileno, Agustín Arturo Prat Chacón foi um militar, marinheiro e advogado chileno. É considerado o maior herói naval de seu País. O Chile ainda preserva muitos resquícios do período da ditadura militar. As cidades ainda tem suas Plazas de Armas, bustos de Generais etc...
Olha só a praia dos Chilenos de Iquique...
Tsunami chegando? Corram para as montanhas!!! E olha que tem montanha neste país. Iquique é toda cercada por elas. A cidade tem placas por todos os lados alertando se a zona é livre ou não de Tsunamis. A brincadeira é nossa mas o negócio aquí é serio!
Sandro apontando onde estávamos (Iquique) e a referência disso no mapa do Chile.
Dia 10 - 12/01 sábado - Iquique / Antofagasta (Chile) - 420km
Saímos de Iquique as 08:30hs paramos em La Portada antes de Antofagasta, atravessamos a cidade, tomamos um baile para conseguir hotel, comemos um ¨delicioso¨ McDonalds para agilizar e fomos para a Mão do Deserto a 75km de Antofagasta assim, chegamos as 20:30 e completamos 570km.
Entre Iquique e Tocopilla a caminho de Antofagasta. E o Pacífico tendo como barreira natural os Cerros da região. São enormes como nossa Serra do Mar no Brasil e nos acompanharam por todo o trajeto.
Pausa para esticar as pernas e apreciar o Grande Pacífico.
E dá-lhe cerros e retas margeando o Pacífico.
A gente ia pilotando, fotografando e filmando do jeito que dava. Nestas horas o piloto automático que instalamos fazia toda a diferença. Cerros e curvas e claro, o Pacífico.
"La Portada" pouco antes de Antofagasta. É literalmente a porta de entrada para esta importante cidade portuária do Chile.
Com Antofagasta ao fundo.
La Portada no detalhe. Deslumbrante.
Los Três Compañeros com o pé na Porta...da.
Até a "Miss Antofagasta" que estava alí gravando um comercial de sorvete quiz tirar uma foto com a gente. Agora tãmo doce...rs
Os pinguins estavam bem próximos da Portada. Foi possível captar alguns deles com zoom. Eles chegam até aquí através da corrente fria de Humboldt que vem da Antártida.
Tinhamos visto vários mas resolví registrar este que estava próximo da Mão do Deserto. São Capelinhas que os parentes fazem para as pessoas que morrem em acidentes. No Brasil costuma-se fincar uma cruz na beira da estrada e no Chile eles fazem este destaque todo inclusive colocando a bandeira do Chile e do Time de Futebol que o morto torcia. Segundo informações as pessoas passam horas nestes locais confraternizando e até mesmo dormem alí. Muito diferente...
Nosso ponto extremo nesta viagem, "La Mano del Desierto" a 75km de Antofagasta. Que conquista!
Los Hermanos
Este monumento está literalmente enterrado no Deserto às margens da Rodovia Pan Americana e foi idealizado e construído pelo escultor Chileno Mario Irarrázabal sendo inaugurada em 1992. É um ponto de referência para todos os viajantes aventureiros e um marco de conquista alcançá-lo.
O Atacama tem um dos céus mais límpidos do mundo e por este motivo tem também o conjunto de telescópios mais potentes do planeta chamado de ESO e mantido por um consórcio internacional para estudar o universo localizado em Cerro Paranal ao sul de Antofagasta. Passamos bem próximos mas não deu tempo de visitar pois já estava anoitecendo.
Vista de Antofagasta
Antagasta era uma cidade Boliviana, um importante porto do
país andino. Empresas mineradoras Chilenas e Britânicas exploravam
o recurso natural da região em terras Bolivianas, até quando a Bolívia decidiu
nacionalizar as empresas e passou a cobrar impostos sobre o salitre de
Antofagasta. Foi o estopim para a guerra do Pacifico (1879 - 1883), que colocou o Chile contra a Bolívia e Peru.
O Chile saiu da guerra como o grande vencedor e incoporou
regiões/provincias do Peru (Tarapacá) onde hoje está Iquique e da Bolívia (Antofagasta), sendo que a Bolívia perdeu definitivamente sua saída para o
mar.
Dia 11 - 13/01 domingo - Antofagasta (Chile) / San Pedro de Atacama (Chile) - 340 km
Saimos as 10hs e chegamos em San Pedro as 15hs com parada em Calama para abastecimento.
Aproveitei para dar uma esticada na Laguna Cejar e também os Ojos del Desierto que ficam na área do Salar.
Entre Antofagasta e San Pedro de Atacama (agora fazendo o caminho de volta).
Otávio e Sandro. Deserto que fica para trás...
...deserto que ainda temos pela frente.
Almoço em San Pedro. Pescada com arroz e purê...diliçaaaaaa
Depois do almoço bóra colocar a "nega" prá rodar. Laguna Cejar com sua água transparente e salgada. Incrível encontar uma lagoa assim no meio do Salar.
Laguna Cejar. O índice de sal das lagoas no Atacama chega a ser 10 vêzes maior que o do mar.
Los Ojos del Desierto (Os Olhos do Deserto). Estão a 10km da Laguna Cejar e de uma forma inusitada as duas crateras de água doce estão também no meio do Salar. Visitar o Salar de moto deixa a juba arrepiada...rs
Dia 12 - 14/01 segunda - San Pedro de Atacama (Chile) - San Salvador de Jujuy (Arg) 480 km
Devido a fila na Aduana Chilena saimos as 10:30hs de San Pedro e "graças" ao péssimo atendimento na Aduana Argentina (perdemos 2hs) chegamos em Jujuy as 20:30hs debaixo de chuva nos últimos 30km.
Colocando "as tráia" na mula. Hora de pegar a estrada "again"... Na Aduana Chilena (em San Pedro) na fila de atendimento convesando com amigos motociclistas de Santa Catarina. No caminho entre San Pedro e Aduana Argentina. Sim, existe água no Deserto de Atacama. Pouca, mas existe.
No caminho já começamos a nos deparar com alguns Cerros cobertos de neve.
Olha o GPS do Sandro mostrando a altitude neste trecho. São 4.841mts de altitude. Nunca havia chegado tão alto. Isso é o que eu chamo de subir na vida...rs Otávio na fronteira entre Chile e Argentina (tá na Duas Rodas Motociclismo)
...entrando na Argentina novamente. Já tava com saudades dos Policiais...putz!
Em Iquique encontramos o Parceiro de estrada Luiz e sua Turma (Jundiaí SP) que voltariam pelo Paso Sico como nós porém, 2 dias antes da gente. Mantivemos contato com eles e acabamos por abortar nosso retorno por este caminho. Segundo relatos do Luiz, foram até uma parte do Sico e tiveram que retornar devido a chuva, neve, queda de barreiras e estrada muito ruim que não rendia a viagem (30km/h).
Enfim, optamos por não correr riscos e retornamos pelo Paso Jama (mesmo caminho de ida) e curtirmos mais a paisagem que na ida foi deixada um pouco de lado devido o tempo de viagem apertado.
Na Aduana Argentina enfim no guichê (depois de 2hs) para atendimento e conversando com outros motociclistas de Santa Catarina.
Já do lado Argentino da Fronteira os Cerros já tem uma cobertura muito maior de neve. É o que chamam na região de Inverno Boliviano pois estamos praticamente numa fronteria tripla entre Bolivia, Chile e Argentina. Se tivesse mais tempo ia pular a cerca e ir ver de perto...
Lhamas pastando logo após entrarmos na Argentina (entre Susquez e Purmamarca). Bichinho "engraçadinho" mas perigoso quando está na estrada. Sandro e Otávio entre Susquez e Purmamarca rezando para não pegar a chuva que estava chegando. Atravessando as Salinas Grandes entre Susquez e Purmamarca estamos a 3.450 mts na Província de Jujuy (Arg). É considerado o terceiro maior salar do mundo perdendo apenas para Uyuni (Bolívia) e Arizaro (Argentina). No Salar "Salinas Grandes"...
...e a chuva chegando ao Salar.
Detalhe dos Parceiros no retrovisor da moto. Um olho neles e outro nas lhamas que atravessam a pista sem a menor cerimônia.
Detalhe de um abrigo para os Pastores Campesinos e um curral feitos de pedra entre Susquez e Purmamarca.
Mais um destaque para o incrível contraste do céu azul com as montanhas no Deserto antes de Purmamarca.
Novamente nos Caracoles rumo a Purmamarca. Agora é só descidaaaaaaaa.....Ô lugarzinho bão prá descer de carrinho de rolimã.
As cores de Purmamarca que é uma cidadezinha aos pés das montanhas a uns 50km de Jujuy.
É impressionante a quantidade de cores destas montanhas e dependendo da incidência do sol elas mudam sua tonalidade.
Vista da pequena Purmamarca e as montanhas que a envolvem. É considerada a San Pedro de Atacama para os Argentinos.
Em Jujuy chegamos debaixo de um temporal. Por falta de garagem as "negas" ficaram na entrada da recepção do Hotel Avenida. Aliás, o pior café da manhã que já ví na minha vida: Café, leite e pão-abiscoitado. Sem direito a repetir e sem "mantequilla". Putz!!! Acho que descobriram que estavamos falando que Pelé é melhor que Maradona e nos sacanearam...rs
Dia 13 - 15/01 terca - San Salvador de Jujuy - Pres. Saenz Peña (Arg) - 685km
Saímos as 08hs de Jujuy e chegamos as 18hs em Saenz Peña.
Dia quente no Chaco Argentino (prá variar) e com alguns postos sem combustível o que nos deixou preocupados pois está havendo racionamento na Argentina assim, tivemos que lançar mão do galão extra e levá-lo cheio além de ir abastecendo a cada 100 ou 150km rodados para não corrermos risco de pane seca.
No pior trecho do Chaco onde haviam muitos remendos e a pista estava horrível o alforge do Marcos caiu e logo após minha corrente teve que ser ajustada no caminho. Também pudera, tantos kms rodados e só agora tivemos estes pequenos inconvenientes.
Bóra catá os trem pelo chão...
Marcão e seu "varal ambulante". Não tem o que não seque pendurado na moto atravessando o Chaco...rs
No Chaco cruzamos com um trio de motociclistas da Dinamarca. Estavam vindo do Perú, passariam por Foz do Iguaçú, Porto Alegre, Montevideo e finalmente Buenos Aires onde embarcariam suas motos de volta para casa. Ainda faço uma trip destas...
Depois de tanta empanada tiramos a barriga da miséria e batemos uma Parrillada Argentina no jantar em Saenz Peña. Prá começar, uma Bud litrão bem gelada.
Uma "ensalda" como se diz por lá... E a Parrilla que já tava quase na nossa mesa...mas quer saber? Não chega nem aos pés do nosso churrasco. Brasil 1 x 0 Argentina ... rs
Dia 14 - 16/01 quarta - Pres. Saenz Peña / Eldorado (Arg) - 695km
Saímos as 09hs e chegamos as 19hs em Eldorado.
Atravessamos as Provincias do Chaco, Corrientes e Missiones. O Chaco prá variar quente, Posto sem combustível e tivemos que apelar para os galões reservas que levamos do contrário não chegariamos a Posadas.
E mais uma vez a Polícia Argentina currupta tentou nos estorquir alegando ultrapassagem em local proibido. Tivemos um ótima recepção nos hotéis e passeios na Argentina porém, a Policia é tão corrupta que faz a gente pensar se vale a pena voltar a visitar este País. Vergonhoso!!!
Dia 15 - 17/01 quinta - Eldorado (Arg) / Curitiba (Casaaaaaa) - 670km
Saímos as 09hs e chegamos em Curitiba as 20hs. Tive alguns problemas por conta da corrente de minha moto que não estava aceitando regulagem e ficava frouxa depois de andar alguns kms. Chegou até mesmo a se soltar próximo a Guarapuava enquanto eu estava numa ultrapassagem na estrada. Conseguí sair para o acostamento e fizemos novo ajuste conseguindo chegar em Curitiba.
Bem, enfim em casa.
Na entrada de Curitiba (onde deu prá parar...rs) a alegria de termos chegado inteiros (mesmo muito cansados). Sem nenhum acidente, inconveniente mais sério ou algo que pudesse comprometer a viagem e agora, com muita estória prá contar...
Total percorrido - 6.700 km's
Deus me disse: Filho, você está indo prô mau caminho.
Respondí: Senhor, não esquenta, estou indo de XT 660 ...
Atacama de moto. Vontade de muitos, coragem de alguns, conquista de poucos.
Nossos agradecimentos às nossas Famílias, Amigos e Parceiros de estrada que apoiaram, incentivaram e nos acompanharam neste Desafio através de nossas fotos e relatos neste blog.
Um grande abraço e aguardem pois em 2014 tem mais.
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Um pequeno vídeo da Jornada para viajarem conosco: http://youtu.be/kd1oWhn63GY
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